As dúvidas e angustias de uma mãe de primeira viagem quando descobre que o seu tesouro é especial...

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Time out, pleaseeee...

{Tenho que respirar fundo antes de descrever os meus últimos dias, desde o post anterior}

O mês começou com o stress do neuropediatra, seguido de 15 dias em casa com varicela, que fez com que o piolho se esfregasse nas paredes como os ursos para coçar as costas. Nunca vi tanta borbulha numa pessoa só... até dentro das pálpebras havia borbulhas! E dentro da boca, nariz e ouvidos, já nem falo na zona genital, coitadinho do meu pequeno!!! Enfim, esta já lá vai e vai deixar marcas. Literalmente, porque há pelo menos 3 ou 4 que vão ficar de certeza!!!

Na passada segunda feira, finalmente foi ao infantário, completamente histérico tal era a saudade! Notava-se que o puto estava mesmo contente!

No dia a seguir, dentista... e aqui começou o pesadelo!
A consulta estava marcada para dia 20, 3ª feira às 9.00h e eu fiquei de lhe dar um relaxante muscular em casa, 30 minutos antes. Acordei-o, dei-lhe o pequeno almoço e depois o medicamento (stesolid, diazepam) e nem 3 minutos depois o Diogo já não controlava as pernas nem o pescoço... pregou-me um cagaço do caraças mas lá engoli em seco. Fomos então para o consultório, com ele a pedir chão e a não se aguentar em pé. Já na cadeira, o Diogo entrou em pânico quando lhe tentaram abrir a boca... e se força não tinha para andar, ainda tinha muita força para gritar e espernear! Era preciso tratar 3 dentes urgentes, e por isso nós lá alinhámos e agarrámos o pobre pequeno para que lhe abrissem a boca à força... por volta das 10h, a dentista achou bem darmos mais uma dose do medicamento maravilha, e novo stress, acabar de limpar os dentes (a frio!) e espetar um bocado de massa para tapar os buracos. Nunca tinha visto o meu filho gritar assim nem espernear daquela maneira...
Paguei e saí de lá a correr, nem o recibo trouxe!!!!

Ao chegar a casa, o Diogo estava exausto e demasiado mole. Começou a vomitar e adormeceu... não saiu do sofá todo o dia nem eu saí de ao pé dele com medo que alguma coisa corresse mal... acordou e continuou a vomitar...
Às 21.30h demos entrada no Hospital Amato Lusitano, onde a pediatra de plantão achou que ele precisava de soro urgente e mandou fazer análises imediatamente. Se de manhã éramos 4 pessoas no dentista a segurá-lo, aqui éramos 6: 2 pais em pânico, 3 enfermeiros e a pediatra. Ele foi espetado vezes sem conta e de todas as vezes conseguiu arrancar os cateteres. Havia sangue a jorrar dos braços dele que encheram o chão das urgências e as roupas de todos os presentes até que finalmente conseguiram e imediatamente o braço foi imobilizado com uma tala e uma tonelada de adesivo...
Não preciso de dizer que chorava ele e chorava eu...
Passamos para o piso da pediatria, onde ficámos internados... o pai teve que sair, com o coração nas mãos e eu lá fiquei, com um puto exausto e com um cadeirão que rangia por todo o lado como companhia.
Foi uma descarga brutal de adrenalina acompanhada de uma reacção alérgica ao medicamento.

No dia seguinte começou a tolerar comida e água e gradualmente começou a melhorar. Comeu um iogurte ao pequeno almoço e ao almoço comeu a canja dele... e a do vizinho do lado... e já se estava a chegar ao prato de outro menino que tinha arroz com carne! Tivemos que o tirar do refeitório! A partir daqui foi a comédia! Naquele corredor as enfermeiras e auxiliares só se riam, porque do meu quarto só se ouvia: "QUERO PÃO! QUERO BOLACHAS! QUERO CANJINHA! QUERO PIPOCAS!"

Saímos nessa noite (4ª feira), ainda viemos dormir a casa. Estávamos os três de rastos, como era de prever e não tive forças para nada, a não ser para dar mimos ao meu pequeno, que ainda tem os braços completamente negros até ao cotovelo...

No sábado ele fez 5 anos. Houve bolo, cantámos os parabéns e recebeu prendinhas mas o ambiente não era o melhor, porque tínhamos acabado de saber que há alguém próximo (avô) que não está bem de saúde.

O que é que eu posso dizer no fim de tudo isto? 
...
Chiça! Espero que quem nos rogou a praga esteja satisfeito! Sacode!!!!!


AH! E nunca mais na p**a da minha vida levo o meu filho a um dentista! Quando voltar a ser necessário, vai directamente ao bloco operatório com anestesia geral...


12 comentários:

  1. Nem tenho palavras...
    Acho que se fosse eu tinha-me dado uma coisinha...

    força e um grande beijinho

    helena

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  2. Bem! também não consigo comentar....
    Espero que o pior já tenha passado.
    Olha, eu não ando bem e nem consigo partilhar no meu blog, separei-me no final de Agosto e o pai do meu filho já tem uma namorada que é nada mais nada menos que a madrinha do nosso casamento, uma grande amiga dele! Tenho andado de rastos mas como sempre desabafei muito com ela e partilhei com ela o blog (coisa que só faço com as pessoas mais intimas), não consigo escrever. Na verdade ainda estou em choque! A minha cabeça anda péssima!
    Beijinhos
    Catarina (mãe)

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    Respostas
    1. Oi Catarina... bem que eu estava a estranhar o teu silencio...
      Não consigo sequer imaginar o que estás a passar amiga... Espero que superes mais esta dificuldade, vais conseguir, vais ver!
      Nós somos bem mais fortes do que pensamos!

      Um beijinho grande amiga
      bjs

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    2. Caramba! Com amigas dessas quem precisa de inimigas? Força minha querida!

      Beijinhos

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    3. Bolas... Imagino que deve ser muito difícil...
      Mas vais ver que vais conseguir ultrapassar tudo isto e vais ficar mais forte! Sinceramente, amigas dessas não são necessárias! E em relação a ele, p'ó caraças! Não te merece! Levanta a cabeça e se for preciso, muda de blog!
      Qualquer coisa, estamos por aqui...
      beijinhos grandes e não te deixes afundar mais!
      Daniela

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  3. Tens que ir à Bruxa miúda!!! O que vale é que depois da tempestade vem a bonança por isso as coisas só podem melhorar, certo?

    Beijocas

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  4. Bem... nem sei que diga. O meu filho teve mais sorte, tentaram um gás para o adormecer e tratar os dentes, como ele não deixou a mascara na cara tempo suficiente, acabou encaminhado para o Pediátrico de Coimbra e lá tratou 2 dentes e arrancou outros dois com anestesia geral. O acordar foi tramado, mas nada como se tivesse sido tratado à força. A partir daí foi sempre seguido lá, deixa o médico mexer, colocar selantes (não precisou de tratar mais nenhum, mas já foi arrancar um dente de leite sem problemas).
    Espero que situações dessas não se voltem a repetir com o seu menino.
    E a bruxa que vos rogou as pragas vai levar com elas em dobro...
    Votos que as coisas melhorem para a vossa familia.
    Beijinhos

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  5. Como se costuma dizer, depois da tempestade vem a bonança. Eu acho que não teria tanta força para aguentar o que tu aguentaste.
    A isto se chama mãe-coragem.
    Beijinhos e espero sinceramente que as coisas comecem a correr melhor.

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  6. Olá Daniela!!
    Bolas! Que sofrimento! Espero que esteja tudo a ficar melhor. As melhoras para o avô do Diogo.
    Beijo grande

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  7. Olá,

    Nem sei o que fazer nessa situação.... Espero que o pequenino já esteja melhor.
    Agora eu é que fiquei assustada, a minha pequena tem de fazer exames aos ouvidos porque o resultado dos últimos são inconclusivos porque ela não deixa fazer direito. Ou seja na consulta a médica disse que vai marcar outra vez o exame e que lhe vão dar um "cheirinho" para ver se ela sossega.
    Acho melhor analisar melhor a situação.

    Bjinhos e força

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  8. Um mal nunca vem só mas fogo que má sorte!

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  9. Apesar de já termos falado, volto a dizer-te que já tiveram todos a vossa dose. Definitivamente começo a acreditar na lei de murphy.
    Agora é seguir em frente com a recuperação de todos estes maus momentos e guardar esses memos to yourself: dentista (o mesmo para estes lados - não há cá sedações, vão para o bloco e pronto), uma compensação do aniversário não ter sido o ideal...
    Força amiga. Estou aqui, OK?

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Tenho que falar... senão dou em doida!

Todos dizem que está tudo bem mas o meu mundo desaba num segundo... Decidi escrever um blog (porque não?), onde vou desabafando e limpando a alma.

Quantos pais não estarão na mesma situação? Ter um filho diferente e não ter certeza de nada? Receio do futuro? E quanta ansiedade muitas vezes não significa NADA? Ou seja, passar 5 ou 6 anos com o coração nas mãos e depois está tudo bem, era só "uma questão de ritmo"? No meu caso, ainda continuo com a malvada incerteza, mas quem sabe...

E porque não desabafar aqui também? Terapia gratuita...
comentários, agradecem-se!