As dúvidas e angustias de uma mãe de primeira viagem quando descobre que o seu tesouro é especial...

quinta-feira, 13 de março de 2014

Odisseia telefónica


Liguem para o Hospital Pediátrico de Coimbra e confirmem a marcação de uma consulta de desenvolvimento e de uma cirurgia em estomatologia.
A sério. 
Liguem.
Falamos daqui a uma semana, quando finalmente vos atenderem e vos disserem que não há nenhum Diogo em espera de consulta de desenvolvimento e que o médico que vos atendeu nas urgências ainda não pediu a cirurgia de urgência para os dentes que já estão a doer outra vez.
Até a miss simpatia da telefonista me pedia desculpa ao telefone tal foi o raspanete...


segunda-feira, 10 de março de 2014

Updates!

Parece que está a ficar cada vez mais complicado actualizar este blog!

Antes de mais, eu estou bem! Foi um susto, estou a tratar do assunto, obrigada pela preocupação!

Em modo speed-resumé: parece que a tensão arterial afinal não é para brincadeiras. É, foi isso mesmo que eu pensei: "são problemas de gente mais crescida que eu!". Mas não são. Parece que aos 35 anos é perfeitamente normal ter crises hipertensivas que nos levam a um estado de pré-AVC. Quanto mais não seja, pelo susto e pelas palavras de "conforto" que recebemos durante o cagaço: "quer ter um AVC? quer deixar o seu filho sem mãe? é que vai no bom caminho!". Ok, I get it. "A sério? E se ficar paralisada, prefere a perna esquerda ou o braço direito?". Geez, ok, já percebi!
Sintomas: dor de cabeça. Mas alguém consegue chegar ao final de um dia, com putos autistas ou não, sem dor de cabeça? Sem cansaço? Pois. E pensava eu que o tensiómetro estava avariado! 19/11, passou-se com toda a certeza. Parece que afinal não... Resultado: medicação de urgência, nada de esforços e com medicação para hipertensos sem data prevista de terminar. O problema é que a medicação faz sonolência, falta de ar e cansaço. E pronto, assim justifico o facto de não ligar o pc há uma eternidade e de preferir ficar na horizontal com um bom livro...

Quando tudo parece acalmar, eis que começa o Diogo a dar chatices. Sono agitado, ranger dentes, e... pimba! Cárie! Dentista é mentira (tenho boa memória!), pelo que lá vamos em passo corrida para o pediátrico onde o colocam a antibiótico e em lista de espera para cirurgia com anestesia geral.
(Tudo calmo e tranquilo, que é o que a mãe precisa)
Do pediátrico de Coimbra, tendo em conta que foi a primeira vez que lá fui com ele, fica a cortesia da enfermeira da triagem e da recepção, o tempo de espera enquanto vem o médico de prevenção (1 hora) e as pérolas do sr.dr.dentista:
"Mas ele porta-se sempre assim?"
"Não anda na escola pois não?"
"Em casa também grita assim?"
E, last but not least, a minha preferida:

"Que medicação é que lhe dá? Para o autismo?"

E pronto, eis que se solta a mãe, ligeiramente enraivecida e explica com muita calma que o autismo não é uma doença e não precisa de medicação. Há outras patologias associadas que podem ser controladas com medicação, como a ansiedade ou a falta de atenção mas não no caso do Diogo, que "é um garoto meigo e carinhoso, tem vocabulário em 5 línguas e não representa perigo para si próprio ou para os outros. Fica é extremamente nervoso quando se encontra num lugar estranho, com gente estranha, que lhe fecha a porta e não deixa entrar o pai e o agarra para lhe ver a boca!"
E pronto, calei-o. Passou antibiótico e estamos à espera da convocatória para ir ao bloco operatório.


A isto juntem um novo distúrbio de sono, que me acorda todos os dias entre as 2 e as 3.30h da manhã, a pedir sala e computador.
TA-DA!


Porque será que a minha "atenção" anda alta? Deve ser da inversão do pólo magnético da Terra...

Never a dull moment in my f***ing life!

Tenho que falar... senão dou em doida!

Todos dizem que está tudo bem mas o meu mundo desaba num segundo... Decidi escrever um blog (porque não?), onde vou desabafando e limpando a alma.

Quantos pais não estarão na mesma situação? Ter um filho diferente e não ter certeza de nada? Receio do futuro? E quanta ansiedade muitas vezes não significa NADA? Ou seja, passar 5 ou 6 anos com o coração nas mãos e depois está tudo bem, era só "uma questão de ritmo"? No meu caso, ainda continuo com a malvada incerteza, mas quem sabe...

E porque não desabafar aqui também? Terapia gratuita...
comentários, agradecem-se!